entrevista

'Não tenho problemas com a esquerda. Mas, sim, com o autoritarismo'

Natália Müller Poll

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Foto: Renan Mattos (Diário)

A pouca idade em nada se reflete na fala, tampouco o que é a atuação de Giuseppe Riesgo (Novo) dentro da Assembleia Legislativa. Hoje, com 25 anos, o advogado com formação pela UFSM estreou, ainda em 2019, com apenas 22 anos - tendo, à época, concorrido pela primeira vez a um cargo eletivo.  Com 16,2 mil votos, ele se elegeu com a bandeira de corte de gastos, redução de impostos e apoio ao empreendedorismo.

Nesta entrevista ao Diário, em passagem por Santa Maria, ele avaliou esse período dentro da Assembleia, falou sobre as críticas quanto aos rumos do governo estadual, e adiantou que buscará um novo mandato de deputado em 2022. Ao mirar a médio e longo prazo em um futuro político, Riesgo não descarta colocar o nome à disposição do eleitorado santa-mariense em uma disputa à prefeitura.

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Articulado e objetivo, ele tem na cidade, atualmente, um representante - ainda que não seja do mesmo partido - dentro do Legislativo local: o vereador Pablo Pacheco, que é filiado ao PP, e se elegeu com discurso de austeridade e respeito ao dinheiro público.

Diário - Na primeira vez que o senhor concorreu, em 2018, já foi eleito. Aquele resultado lá de trás é atribuído a quê? Acredita que isso possa ser repetido?
Giuseppe Riesgo - Existem vários fatores que posso atribuir. A politica é algo complicado, impossível de saber um único motivo de ser eleito. Acredito que tenha sido a vontade da população em trazer coisas novas, uma renovação política com quem não se envolveu em política antes. O Novo busca políticos liberais que não sejam de esquerda. O envolvimento com redes sociais também ajudou muito. Não deixei de lado a rua, mas investi nas redes. Sobre as redes sociais, acho que o diferencial foi a linguagem e o posicionamento nas publicações e no contato com as pessoas. 

Diário - Além das redes sociais, o senhor iniciou muito jovem na política. Quais as experiências em meio a essa pouca vivência e trajetória?
Riesgo - Me formei em Direito na UFSM e cursei Filosofia na UFN. Me envolvi bastante no Movimento Estudantil Liberal, assim como no Clube Farroupilha. (...) Eu não tenho problemas com a esquerda. Mas, sim, com o autoritarismo, de forçar as coisas de cima pra baixo. (...) A experiência com representação estudantil foi importante.

Diário - Esse envolvimento com a política estudantil lhe serviu como bagagem para atuar hoje como deputado?
Riesgo - Essas experiências nos habituam ao diálogo e a conversar com quem discorda da gente. Isso acontece muito no ambiente na política estudantil. O embate tem ser de ideias, e, não, de pessoas.

Diário - O senhor está contribuindo para mudar a política?
Riesgo - Eu diria que sim. Hoje, eu identifico as maiores histerias radicais. Eu não passo o dia na internet xingando ou elogiando o presidente ou o prefeito. Acho que existem pontos a serem elogiados e pontos a serem criticados. E isso deve ser feito com embasamento. Não sou eu quem vou mudar tudo sozinho de uma hora pra outra. Não existe salvador da pátria. Mas faço parte desse processo todo, tento fazer a minha parte.

Diário - Como o senhor pretende contribuir com o segundo mandato do prefeito Pozzobom?
Riesgo - Sempre que temos algum interesse em comum, pela cidade, nós conversamos. Exemplo disso foi quando falamos sobre a Escola de Sargentos, que é um investimento importante da União. Seja o prefeito que for, quando é pelo bem da nossa cidade, é necessário apoiar. Não é questão partidária.

Diário - O senhor buscará um segundo mandato? Ou, quem sabe, concorrer a prefeito?
Riesgo - Fui eleito muito jovem (com 22 anos) e não me sentia preparado ainda. O cenário mais provável é concorrer à reeleição em 2022. Fui incentivad a concorrer a prefeito. Mas, ainda, estou me me preparando. Caso a população queira, eu posso dizer "sim".

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